Publicado por Redação em Metodismo - 27/12/2024 às 14:31:09

Metodismo

Em 2 de setembro de 1930, no 1° Concílio Geral, em São Paulo, foi declarada a autonomia da
Igreja Metodista do Brasil e eleito o primeiro bispo, Rev. John Tarboux

 

Quando as primeiras manifestações metodistas foram implantadas no Brasil, o país vivia sob o comando do Imperador D. Pedro II. Nesse momento, o Brasil incentivava fortemente a vinda de estrangeiros dos Estados Unidos, vendendo-lhes terras a preços baixos e financiando suas passagens. O Rev. Junius E. Newman chega ao Rio de Janeiro com um dos grupos de imigrantes norte-americanos, credenciado para estabelecer uma Igreja Metodista no Brasil.

 

Junius Estaham Newman, pastor metodista e Superintendente Distrital, foi o pioneiro da obra metodista permanente no Brasil. “J. E. Newman, recomendado para a Junta de Missões para trabalhar na América Central ou Brasil”: essa foi a nomeação que ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra Civil Americana, como capelão às tropas do Sul, observou que muitos metodistas do Sul emigraram para as Américas do Sul e Central e os acompanhou.

 

A Guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros para qualquer local. Newman financiou sua própria vinda ao Brasil, com suas modestas economias. Chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867, mas fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara do Oeste, província de São Paulo. Desde 1869, pregou aos colonos, mas, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou o “Circuito de Santa Bárbara”.

 

O primeiro salão de culto – antes era uma venda – foi uma pequena casa, coberta de sapé e de chão batido. Newman trabalhava com os colonos norte-americanos e pregava em inglês. Um dos motivos da demora de Newman em organizar uma paróquia metodista é que ele pregava, principalmente para metodistas, batistas, presbiterianos e a todos que desejassem ouvir sua mensagem, pensando ser mais sábio unir os “ouvintes” em uma única igreja, sem placa denominacional.

 

Mas depois, todas as denominações organizaram-se em igrejas, de acordo com sua origem eclesiástica nos EUA. Newman insistiu, através de suas cartas, para que os metodistas norte-americanos abrissem uma missão em nosso país. Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal Sul, despertada através da publicação das cartas nos jornais metodistas nos EUA, enviou seu primeiro obreiro oficial: John James Ranson. Dedicou-se ao aprendizado do português para proclamar a boa-nova aos brasileiros.

 

J. E. Newman e sua família mudaram-se para Piracicaba (SP), onde permaneceram entre 1879 e 1880, quando as filhas de Newman, Annie e Mary, organizaram um internato e externato. O “Colégio Newman” é considerado precursor do Colégio Piracicabano, hoje Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).


ORGANIZAÇÃO INICIAL
Em setembro de 1886, foi realizada a Conferência Anual (que hoje equivale a um Concílio), na capela da Igreja Metodista no Catete, em 16 de setembro de 1886, abrangendo duas coisas diferentes: área geográfica e assembleia metodista anual. O território metodista no Brasil possuía quatro centros principais:

Catete (Rio de Janeiro) – com duas congregações: estrangeira (com pregação em inglês) e brasileira, totalizando 63 membros. Um novo templo foi inaugurado em 5 de setembro de 1886, às vésperas da Conferência Anual.
São Paulo – tinha apenas 13 membros arrolados, mas sem propriedades.
Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP) – possuíam templos modestos, com 31 e 70 membros, respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros menores, contavam-se 214 membros arrolados e seis pregadores locais.

 

A Conferência Anual formulava a estratégia da região; os itinerantes (pregadores) eram avaliados com relação ao seu trabalho e caráter e recebiam nomeação do Bispo. Um motivo primordial tornava essencial a organização de uma Conferência Anual: reconhecer, com urgência, o metodismo brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da 2ª Conferência Anual Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu a Junta de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência Anual foi reconhecida como pessoa jurídica, para o desapontamento da liderança da Igreja daquela época.

 

A necessidade de organizar uma Conferência foi reconhecida pela Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal Sul, que deu autorização para o primeiro Bispo visitar a Missão, para constituir a Conferência. Em virtude dos poucos membros com que a Conferência contaria, o bispo Granbery quase desistiu de realizá-la. Os obreiros nacionais ainda não eram itinerantes; Newman foi rebaixado para pregador local na Conferência dos EUA; Koger havia morrido em janeiro de 1886 e Ransom foi “devolvido” em agosto daquele ano.

 

Apenas o chamado “Trio de Ouro” participou do evento: Kennedy (evangelista, construtor de igrejas e o historiador do metodismo brasileiro, com o livro “Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil”); Tarboux (pregador e pastor das principais Igrejas Metodistas e primeiro bispo da Igreja Metodista do Brasil, eleito em 1930); e Tucker (agente da Sociedade Bíblica Americana e fundador do Instituto Central do Povo). O Bispo convocou os três membros para a organização da Conferência Anual, muito simples e breve, mas um dos momentos decisivos do metodismo brasileiro. 

 

AUTONOMIA
Realizado de 2 a 9 de setembro, o 1° Concílio Geral em São Paulo (SP) foi o marco da autonomia da Igreja Metodista do Brasil (IMB), com a eleição do primeiro bispo da Igreja instituída, o Rev. John Tarboux. Na época, havia 15.560 membros.

Em 2 de setembro de 1930, na Catedral Metodista de São Paulo, é lido o documento que declara a tão sonhada autonomia: “...Nós, os membros da Comissão Conjunta, rendendo graças a Deus por sua direção e pelo espírito de cooperação que reinou em nossas deliberações, declaramos aberto o primeiro Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil; declaramos, mais, que os membros e ministros da Igreja Metodista Episcopal do Sul no Brasil passam, por este ato, a ser membros e ministros da Igreja Metodista do Brasil; que a Igreja Metodista Episcopal do Sul deixa de existir no Brasil, e que a Igreja autônoma, por esta proclamação, fica constituída. Cidade de São Paulo, 2 de setembro de 1930”.

 

A MISSÃO METODISTA NAS REGIÕES

1ª RE
A sessão constituinte do Concílio Regional da 1ª Região ocorreu no dia 30 de janeiro de 1956, sob a presidência do bispo João Augusto do Amaral, eleito em 1955. O primeiro Concílio Regional ordinário da 1ª Região ocorreu em janeiro de 1957, presidido pelo bispo João Augusto do Amaral. 

2ª RE
Em 1905 o metodismo gaúcho se torna parte da Igreja do Brasil, tornando- se Conferência Anual Sul Brasileira, que, com a autonomia da Igreja em 1930, passa a ser a 2ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista, naquele tempo com território que se estendia até Curitiba. 

3ª RE  e 5ª RE
No princípio, 3ª e 5ª Regiões Eclesiásticas eram uma só, chamada de Região Eclesiástica do Centro. No 7º Concílio Geral, realizado em 1955, foi aprovada a proposta de uma nova divisão e, a partir das três Regiões Eclesiásticas existentes (Região do Norte, Região do Centro e Região do Sul), surgiu uma nova divisão geográfica, missionária e administrativa, passando de três para cinco o número de Regiões.

4ª RE
As origens da Quarta Região podem ser interpretadas a partir do reconhecimento territorial e eclesiástico do Distrito de Minas, ocorrido em 1892. A missão metodista em Juiz de Fora e arredores já representava um circuito importante. A estrutura eclesiástica primária do metodismo rasileiro estava forjada, composta agora dos Distritos Rio de Janeiro, São Paulo e Minas.

6ª RE
A criação da Sexta Região Eclesiástica aconteceu no 9º Concílio Geral da Igreja Metodista, em julho de 1965, nas dependências do Colégio Bennett, no Rio de Janeiro. Até essa data, o território da nova região fazia parte da 2ª Região (Santa Catarina e sul do Paraná) e da 5ª Região (norte do Paraná). 

7ª RE
A proposta de multiplicação das 1ª e 7ª Regiões Eclesiásticas (RE) foi apresentada no 41º Concílio Regional Ordinário da 1ª Região Eclesiástica, sob a presidência do Bispo Paulo Lockmann, ue a divulgou na 3ª Sessão,  em 9 de novembro de 2013. A proposta destacou o crescimento da 1ª RE como fator significativo na multiplicação para a criação da 7ª RE, tendo  omo expectativa: “o avanço missionário da Igreja e a potencialização da Visão que o Senhor nos concedeu” (vide p. 65 das Atas e Documentos do 41º Concílio Regional). 

8ª RE
A 8ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista foi oficialmente instalada em ato conciliar administrativo ocorrido no dia 2 de agosto de 2015, em Brasília (DF), e contou com a presença de lideranças regionais leigas e clérigas. Fazem parte da 8ª Região seis Distritos: Distrito Federal Norte, Distrito Federal Sul, GO I, GO II, Mato Grosso e Tocantins.

9ª RE
[...] em 1º de julho de 1883 a Igreja Metodista Episcopal inaugurou a primeira Igreja protestante na Amazônia – a Igreja Metodista Episcopal do Pará –, com expansão missionária na Amazônia através de um trabalho tipográfico em sua própria residência a partir de 1889. Houve um grande avanço missionário e administrativo a partir do Concílio Geral, realizado em Juiz de Fora (MG), em 1991, ano de criação dos CMNN (Campos Missionários Norte e Noroeste), e com a região Norte sendo denominada CMA (Campos Missionários da Amazônia). Em 2007, o CMA realizou o primeiro Concílio Regional, onde foi criada a REMA (Região Missionária da Amazônia), com a missão de se transformar em Região Eclesiástica a partir de 2015, o que ainda não foi possível. No dia 6 de julho de 2023, durante o 21º Concílio Geral da Igreja Metodista, aprovou-se a emancipação da REMA, formando assim a atual 9ª Região Eclesiástica, formada pelos estados de Rondônia, Amazonas e Pará, enquanto os estados de Acre, Roraima e Amapá passaram a fazer parte dos Campos Missionários metodistas. 

INÍCIO DA REMNE
Oficialmente, o primeiro missionário metodista a visitar o Nordeste foi o Rev. Daniel Parish Kidder, que também exercia o ofício de Colportor (distribuidor de livros e bíblias) da Sociedade Bíblica Americana. Ele chegou ao Brasil em 1837, e, devido ao falecimento precoce da sua esposa, retornou aos Estados Unidos (EUA) com seus dois pequenos filhos em 1840. [...] Dezesseis anos após a autonomia do metodismo brasileiro, a Igreja Metodista no Brasil toma a iniciativa de implantar o trabalho missionário no NE. Essa decisão ocorreu no 5º Concílio Geral, realizado em Piracicaba (SP), nos dias 14 a 26 de fevereiro de 1946. A cidade escolhida como prioridade missionária foi Salvador (BA). 

 

(CLIQUE NA IMAGEM PARA ABRIR E AMPLIAR)


Posts relacionados

Episcopal, Metodismo, Notícias, por José Geraldo Magalhães Jr.

Palavra Episcopal: caminhando e cantando

Você se recorda do relato da caminhada dos discípulos de Emaús, no capítulo 24 de Lucas, a partir do versículo 33? Esse texto sempre me impressiona.